Que bela iniciativa dos alunos do Campus Florianopolis do Instituto Federal Santa Catarina promovendo uma artista local, fato esse que poderia ser copiado por todas as universidades ou escolas públicas ou particulares, pois nada mais importante do que valorizar quem já é famoso é valorizar quem fez a sua vida quase que no anonimato, mas que acima de tido fez da arte um legado.
Deixo aqui o material que me enviou o meu amigo Alessandro Nunez, que hoje reside na bela Florianópolis e que também faz parte desse projeto, sobre esse material.
"Uma importante artista plástica que Florianópolis, hoje pouco conhecida do público, é tema de exposição que será promovida em 11 e 12 de abril pelo Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC) na Capital. Imagens das obras de Valda Costa, pintora de destaque no cenário local nos anos 1970 e 1980, estarão expostas durante os dois dias no Museu da Escola Catarinense, na Rua Saldanha Marinho, 196, Centro. Os organizadores são alunos formandos do curso técnico em Eventos do Câmpus Florianópolis-Continente do IFSC, com orientação da professora Jane Petry da Rosa.
A exposição ficará aberta das 17h às 21h no dia 11 (segunda) e das 13h às 21h no dia 12 (terça). Haverá também exibição de documentário sobre a vida da pintora seguida de mesa-redonda no primeiro dia (às 19h30) e no segundo (às 19h). A entrada é gratuita.
O título da exposição - “Vi, Valda: vida e obra de Valda Costa” - é inspirado no nome de batismo da artista, Vivalda Terezinha da Costa, nascida em 20 de maio de 1951, em Florianópolis, onde viveu inicialmente no bairro Estreito, na região continental, até mudar-se com a família na adolescência para o Morro do Mocotó, na área central da cidade. Depois de trabalhar como atendente de enfermagem no Hospital de Caridade, ingressou no mundo das artes por intermédio do renomado pintor catarinense Martinho de Haro, de quem foi aprendiz.
Negra e moradora de uma comunidade de baixa renda de Florianópolis, Valda Costa conseguiu inserir-se nos ambientes culturais locais da época e chegou fazer exposições em Chapecó, Joinville, Curitiba e Porto Alegre. Foi até comparada com Di Cavalcanti, importante pintor modernista brasileiro.
Seus quadros retratavam geralmente imagens e pessoas ligadas ao cotidiano da autora e da Ilha de Santa Catarina, com forte presença de figuras humanas. Ela costumava vender suas obras no Centro da cidade – por isso, hoje, grande parte dos quadros pintados por Valda estão em coleções particulares. Por esse motivo, estarão em exposição no evento dos dias 11 e 12 fotografias das obras da pintora.
Valda Costa morreu jovem, aos 42 anos. Como conta Jacqueline Wildi Lins, na tese de doutorado “Para uma história das sensibilidades e das percepções: vida e obra em Valda Costa”, defendida em 2008 no Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Federal de Santa Catarina, a pintora não conseguia mais ganhar o suficiente com a venda de quadros para sustentar a família (era casada e tinha seis filhos na época de sua morte). No início dos anos 1990, começou a apresentar um quadro de “depressão e loucura” e foi diagnosticada com aids. Chegou a ser internada por dois meses no Instituto de Psiquiatria, em São José, e no Hospital Nereu Ramos, na Capital, onde faleceu em 27 de julho de 1993.
Filho de Valda sugeriu a exposição
O filho caçula da pintora, Lucas Costa, 25 anos, um dos formandos do curso de Eventos foi quem sugeriu a realização da exposição para os colegas e a professora Jane Petry da Rosa, como evento final da turma. “Para mim, é bastante especial, por se tratar de minha mãe. Na verdade, é a primeira vez que vou poder ir a uma exposição sobre ela”, diz Lucas, que não recorda do convívio com Valda (ele tinha dois anos quando ela faleceu), mas carrega o nome da mãe numa tatuagem no braço direito. “Era algo que eu queria muito. Foi muito legal o pessoal e a professora terem aceitado minha sugestão.”
Para a orientadora da turma, a sugestão de Lucas foi a oportunidade de descobrir a artista Valda Costa, que, até então, ela desconhecia, embora também seja natural de Florianópolis. “Fui pesquisar sobre ela e achei a história muito interessante”, conta Jane.
Cerca de 30 estudantes trabalham na exposição. Foram eles os responsáveis pelo trabalho prévio de elaboração do evento – com ações como contato com fornecedores, organização do espaço e divulgação da mostra – e também vão atuar durante a exposição, na recepção do público, no cerimonial, entre outras atividades.
O curso técnico em Eventos é oferecido pelo Câmpus Florianópolis-Continente, localizado no bairro Coqueiros, e tem duração de dois semestres. O processo seletivo ocorre por meio de uma prova chamada exame de classificação. Quem tiver interesse, pode se inscrever no curso até 23 de maio (veja como). Podem se candidatar ao curso pessoas que já concluíram o ensino médio.
Para saber mais
- Tese de doutorado “Para uma história das sensibilidades e das percepções: vida e obra em Valda Costa”
Fonte: http://www.ifsc.edu.br/
Fonte: http://www.ifsc.edu.br/
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