O cantor popular ou erudito pode ser considerado um atleta vocal, já que seu aparelho fonador é altamente requisitado durante suas apresentações públicas. De acordo com Pinho (2001) no canto, as pregas vocais devem estar preparadas para realizar movimentos precisos e rápidos, atingindo notas bastante agudas ou ainda em forte intensidade, muitas vezes associadas à movimentação corporal e à dança. Desta forma o cantor deve preparar-se para esta sobrecarga muscular, aquecendo a musculatura do aparelho fonador, integrando os sistemas respiratório, laríngeo e ressonantal e prevenindo possíveis lesões que levem à redução de sua performance.
O desaquecimento vocal também possui relevância para o cantor, já que “favorece o retorno ao ajuste fonoarticulatório da voz coloquial, evitando abuso decorrente de utilização prolongada dos ajustes do canto, ou seja, pitch mais elevado e loudness muito forte” (Baxter, 1990; Francato e col., 1996; Behlau e Rehder, 1997; Costa e Silva, 1998 apud PINHO,2001, p.100).
Através do aquecimento vocal “há aumento da flexibilidade dos músculos responsáveis pela produção da voz, preparando a emissão para o canto” (Baxter, 1990; Sataloff, 1991; Francato e col., 1996; Campioto, 1997, Behlau e Rehder, 1997; Costa e Silva, 1998 apud PINHO, 2001, p.99 ) e há aumento do fluxo sanguíneo para a região das pregas vocais segundo Costa e Silva (1998 apud PINHO, 2001).
O aquecimento vocal possibilita ainda adequada coaptação das pregas vocais, favorecendo maior componente harmônico, diminuindo o fluxo de ar transglótico. A mucosa das pregas vocais fica mais solta, permitindo maior intensidade e projeção à voz, além de melhor articulação dos sons ( Francato e col, 1996 apud PINHO, 2001).
Pinho (2001) sugere a utilização de vocalizes com vibração de lábios e língua e escalas ascendentes como exercícios de aquecimento vocal. Haveria grandes benefícios, dentre os quais a irrigação de tecidos, a liberação das articulações e o fortalecimento da musculatura, por meio de contrações dos músculos intrínsecos e extrínsecos da laringe. Exercícios com vogais nasais favoreceriam a projeção e efetividade glótica.
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Fonte: Bom pra voz
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