sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Uma Breve história...

Gostei dessa matéria posta no www.compondorastros.blogspot.com com uma síntese da história mal contada que vem permeando nossas gerações e escondendo verdades atrás dos velhos ponchos, dos raposões que teimamos em chamar de heróis. 
Há pouco menos que 300 anos, muitos dos “guanchos”* povoadores de Montevidéu migravam para fronteira com o Brasil. Deste gesto de liberdade surgiu “el gaucho”, nome este dado aos colonos fugidos, estes chamados de vagabundos e ladrões, por incrível que pareça, assim éramos conhecidos.

Depois de uns 90 anos de pura miscigenação estavam tão enfurquilhados sobre essa terra que empunharam lanças e garruchas contra os dragões portugueses.
Então, brotava nos campos férteis da história, um caráter que se arrastaria até hoje.
Os campos cheiraram a pólvora e sangue durante 10 anos, nestes, ganhou o reconhecimento. Nos pensamentos de Giuseppe se nota o símbolo de bravura que se tornou o povo, "eu vi corpos de tropas mais numerosas, batalhas mais disputadas, mas nunca vi em nenhuma parte, homens mais valentes, nem cavaleiros mais brilhantes que os da bela cavalaria rio-grandense". Nestas fica claro o porquê das cavalarias de guerra dos países do Cone-Sul serem formados sempre por gauchos.
Os sábios e estudiosos diziam que enfrentar a coroa seria loucura, o fim. Sim, o fim da razão. Loucos eram estes de lanças nas mãos e sangue pelas roupas. Loucos estes que num berro de selvageria davam seu sangue para ser esvaído e sua carne para ser decepada...
Homens que os julgavam loucos, por terra ficaram. Não ganhamos a guerra, não ganhamos dinheiro, mas ganhamos o que todo povo quer, aquilo que foi assinado no 1° de março de 1845, A PAZ. Mas de que nos adianta a paz? Se...

"...Os homens que foram bravos
Voltaram a ser escravos
Do descaso que atropela...”
Rogério Villagran

Davi Canabarro já foi citado como herói; Porém pode-se enganar à um por anos mas não uma
nação inteira. Davi Canabarro, difícil de acreditar, levou nossos negros lanceiros para uma cilada, pois sabia que seriam libertados.
Tinhamos outros heróis fajutos, claro, porém nenhum deles conseguiria sujar esta história,
este caráter.
Cito o entendimento de Rubin Zaff, de que um povo só se une e se torna forte quando marcas
de tragédia ficam sobre ele.
Cito também esse escritor que, tenho prosperidade de pertencer à dois países ao mesmo tempo do Brasil, por nascimento, e a República Federal do Pampa, La Pátria Gaucha, também por nascimento mas principalmente por formação histórica.


Guanchos*: Era o povo que o rei da Espanha mandou das Ilhas Canárias para Montivideo/UR.


Ariel Santiago de Quadros
Porto Alegre, Abril de 2011.

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