Em 2013 a minha Mãe foi diagnosticada com Alzhaimer, recém no começo e iniciou o tratamento, mas como toda pessoa antiga, ela não levava o tratamento tão a sério. Morava sozinha, não admitia empregada, cuidadora, essas coisas. Em 2018 a convite da Madrinha, foram morar juntas em São Chico, se davam muito bem, brigavam, mas tinham uma vida razoavelmente boa, mas por infelicidade a Madrinha partiu desse plano e a Mãe voltou a morar com a gente, hoje, com minha irmã, mas já com o Alzhaimer bem adiantado. As vezes está bem, noutras nem tanto.
Mas em 2013 escrevi esses versos para ela, que o Regis e o Dartagnan viram e musicaram, e até colocamos numa Tertulia aqui em Santa Maria, mas não foi para o disco. Eu resolvi não mandar mais para festival, por achar que era algo pessoal meu, um problema meu. Agora, por insistência, resolvi escrever no Canto Nativo, festival que apesar de nunca ter ido, é feito por pessoas que admiro e esteve em palco, nesse final de semana.
Deixo para todos os filhos, que cuidem de suas Mães.
Letra: Paulo Ricardo Costa
Melodia: Regis Reis e Dartagnan Portela
Intérprete: DARTAGNAN PORTELA
Violão e vocal Régis Reis
Contrabaixo e vocal Alexandre Scherer
Acordeon e vocal Cássio Figueiró
Foi no calor do teu ventre,
Sublime encanto da flor...
Que a vida se fez presente,
Na pura forma do amor.
E assim vieram os sonhos...
As roupas brancas no varal,
Os olhos suaves de ternura,
E os brinquedos no quintal.
E o amor banhou auroras,
Desde o primeiro choro,
Olhos marejados de agora.
Brilhando mais do que ouro.
E assim. eu ganhei a vida...
No teu seio matei a fome,
Ganhei de Deus um anjo,
Ganhei do anjo, um nome.
A cada dia eu agradeço...
Em cada oração que faço,
Queria voltar ao começo,
Para estar em seus braços,
E ter seu colo como abrigo,
As palavras doces que canta,
A Mãe é um anjo emprestado,
- Mulher - ternura Santa!
Queria Mãe, estar contigo...
A todo momento, toda hora,
Agradecer o que eu tenho...
Pois devo tudo a senhora!
Me levastes pela mão...
Desde os primeiros passos,
Ensinando o melhor caminho,
Me carregastes nos braços.
Depois mostrou o mundo,
E um dia tive que ir embora,
Chorei as dores da vida...
Por estar longe da senhora.
E um dia tive que ir embora,
Chorei as dores da vida...
Por estar longe da senhora.
Mas o que ficou, do passado...
Nossos sonhos, nossos medos,
O tempo tem me cobrado,
Por isso choro em segredo...
Pois eu sei que estás "velhinha",
E um dia, também, irás embora...
Mas enquanto Deus permitir,
Eu cuidarei da senhora!
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