O professor e poeta Zulmar Anchieta nos lembra que, no dia 2 de outubro de 1923, portanto, há exatos 93 anos, a cidade de São Francisco de Assis foi palco de um dos mais sangrentos, estarrecedores e épicos combates da história do Estado. Ele nasceu na cidade, em 16 de outubro de 1981, e cresceu na esquina das ruas Pinheiro Rocha e Carlos Gomes. Com o tempo, ficou sabendo que Carlos Gomes era dentista e intendente do município na época da Revolução de 1923.
Foi o governista responsável, junto com seus homens, que não chegavam a 12% da força inimiga, pela guarnição e resistência da cidade. São Chico amanheceu cercada. Um exército de aproximadamente 700 revolucionários, das tropas de Hortêncio Rodrigues (foto), atacou de forma suicida. Protegidos por sacos de areia colocados nas ruas que davam acesso à praça, 80 homens das tropas governistas resistiram, abrindo fogo.
Mesmo com várias baixas, a supremacia dos maragatos permitiu que a coluna continuasse avançando. Carlos Gomes percorria as trincheiras tentando animar os companheiros, quando foi atingido por vários tiros. “… o sangue espadanara por toda parte, manchando trincheiras, calçadas, portas, telhados das casas e o próprio salão da Intendência”, escreveu Flores da Cunha, recordando sua passagem por São Francisco de Assis, um dia depois da peleja.
Segundo o historiador Osório Santana Figueiredo, no livro As Revoluções da República, “A atitude heroica do doutor Carlos Gomes, caindo em holocausto ao dever da defesa da sua comuna, é o mais eloquente ato de renúncia e estoicismo, que clama aos céus e ao coração da sua gente. Distante nas eras, vamos encontrar similitude com Leônidas, rei de Esparta, imolando-se heroicamente com os seus 300 legendários no desfiladeiro das Termópilas, para cobrir a retirada dos exércitos gregos. Carlos Gomes também firmou sua sentença de morte em defesa do compromisso extremo: ‘passar pelo que passei, daqui jamais retirarei’”, afirmou em sua obra o escritor.
Fonte: http://wp.clicrbs.com.br/
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