segunda-feira, 11 de maio de 2015

Tirei o Chapéu!

Sim... tirei o chapéu para o CD do meu amigo Caio Lançanova, gaiteiração de mão cheia, que me encheu de alegria e de belas recordações ouvindo o seu mais recente CD,  Lá no Rincão. 
Eu sei que o tempo é outro, que o mundo evoluiu, que a modernidade tomou conta de nosso dia a dia e mais manda em nossa vida do que nós mesmos, mas poder ouvir um trabalho musical feito com gaita de botão e até mesmo com gaita "apianada" mas com um singeleza dos tempo de outrora, são para poucos e para momentos especiais.
O Caio Lançanova conseguiu me transportar para o velho 5º distrito de São Chico de Assis, lá na minha Vista Alegre, quando juntávamos ás tardinhas para ouvir os programas de rádio, ou nas madrugadas escutando os programas num rádio valvulado, que ficava numa prateleira junto á cuia de mate, um porongo com erva, uns nacos de fumo, e palha despontada para o palheiro.
E lá da mangueira ainda dava para se ouvir um choro de gaita, bem no fundo, entre berros de terneiros, acoou de cusco, gritos de quero quero. As cantigas matinais vinham recheadas de verdade, de sentimentos e de grandeza do homem rude do campo.
Poder ouvir isso, aqui, dentro de um apartamento é limpar a alma da poeira do tempo e voltar a ser guri, com os olhos embargados de sonhos, de caminhos e de distâncias. Nem sabíamos, nós, que aquele tempo um dia ia nos dar tanta saudade. 
Áh! saudade, porque me machucas a alma? Porque me maltrata os sentidos? Porque me fazes lembrar do que ja não tenho mais? dos que ja se foram? De tudo que me fez feliz?
Pois é, o Caio fez esse estrago no meu coração e por instantes, voltei a viver e reviver o MEU RINCÃO, tão puro, tão singelo como água de sanga, tão verdadeiro como abraço de amigo, tão real como beijo de Mãe, tão grandioso como a imensidão de um entardecer.
Grácias por tudo, a vida tem nos pregado tantas coisas boas e que elas seja eternas.

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