segunda-feira, 13 de janeiro de 2025

OS MONARCAS PERDEM O SEU FUNDADOR!

Ontem se despediu de nós todos, amantes da boa música regional, Nésio Alves Corrêa, o Gildinho com uma trajetória musical que começou muito cedo, ainda em soledade, terra Natal do Gildinho, ouvindo seu Pai, que era um exímio gaiteiro, tocar e encantar a todos da família. Uma família de grandes músicos. 

Mas a História começa mesmo em 1967 quando já de muda em Erechim, Gildinho faz dupla com seu Irmão Chiquito e começar a tocar em pequenas festas e eventos da cidade e das proximidades.

O começo como dupla
Durante alguns anos Gildinho e Chiquito trabalharam animando pequenos bailes na região do Alto Uruguai, apresentando diariamente, na Rádio Erechim, o programa "Assim canta o Rio Grande", e estudando acordeão na Escola de Belas Artes.
A dupla gravou, em 1969, seu primeiro disco, um compacto duplo, Os Trovadores do Sul, de pouco sucesso na época.
Depois, em 1974, gravaram mais um disco: Galpão em Festa.

Nasce o conjunto
Em 1976 gravam Gaúcho Divertido, o terceiro disco.
Com esta formação de cinco músicos, o grupo gravou, em 1978, o primeiro LP, O Valentão Bombachudo, pela Gravadora Warner/Continental, iniciando uma trajetória de sucessos e reconhecimento ímpar no cenário da música regionalista do sul do Brasil, gravando 26 álbuns em 28 anos de trabalho.
Anos 1980

A década de 1980 rendeu ao conjunto a gravação de seis LPs, sendo gravados, além do pioneiro O Valentão Bombachudo (1978), os álbuns Isto é Rio Grande (1980), Grito de Bravos (1982), Rancho sem Tramela (1985), Chamamento (1986), Fandangueando (1988) e Do Sul para o Brasil (1989).
Em 1988, com a gravação do LP Fandangueando, o grupo recebeu mais um integrante, Ivan Vargas, que permaneceu no grupo até 2021 como vocalista.
Ao final de pouco mais de uma década de trabalho, o grupo já tinha seu talento reconhecido. O sucesso maior, porém, estava chegando juntamente com os anos 90.

A década de ouro 1990
A década de 1990, que trouxe o efetivo sucesso em termos de vendagem de álbuns, começou com uma mudança na estrutura do conjunto: já em 1990 um dos pioneiros, o acordeonista Chiquito, deixou o grupo para fundar o conjunto Chiquito & Bordoneio. Para o seu lugar foi chamado o também acordeonista Leonir Vargas, catarinense de Irani, conhecido como Varguinhas.
Em 1991 foi gravado o primeiro grande sucesso de vendas do grupo, o LP Cheiro de Galpão, campeão de vendas no Brasil naquele ano, de todos os álbuns regionais lançados. A vendagem deste álbum rendeu ao grupo, em 1992, o primeiro Disco de Ouro.
O conjunto cresceu no sucesso e no tamanho em 1992, com a chegada de Francisco de Assis Brasil, o Chico Brasil, premiado instrumentista de gaita-ponto.
A conquista do segundo Disco de Ouro veio com a gravação, no outono de 1994, do LP e CD Eu Vim Aqui Para Dançar, um álbum com 14 faixas. Em uma seqüência de sucessos, logo em 1995 foi gravado o CD Rodeio da Vida, apontado pela crítica como melhor disco do ano.
O final da década de 1990 trouxe para o grupo uma importante mudança: em 1999 ocorreu a troca de gravadora, da Chantecler para a ACIT e, já neste ano, foi gravado o primeiro trabalho pela nova gravadora, o CD "Locomotiva Campeira". Foi também no ano de 1999 que o conjunto recebeu um novo integrante, o baterista Vanclei da Rocha.

Anos 2000: mais sucesso
Nesta década o conjunto obteve a conquista de mais dois discos de ouro. O terceiro veio a partir da vendagem de mais de 100.000 cópias do álbum "30 Anos de Estrada", no qual o conjunto regravou 23 grandes sucessos. Mais tarde, em 2004, o conjunto lançaria o álbum "Só Sucessos", que rendeu o quarto disco de ouro.
Em 2005/2006, em meio ao processo de produção do álbum "Recordando o Tempo Antigo", houve o ingresso do acordeonista Tiago Machado.

Anos 2010
No ano de 2011 ocorreram novas mudanças na formação do conjunto. O contrabaixista Luiz Carlos Lanfredi teve de se afastar devido a problemas de saúde. Para assessorar, chegou o talentoso contrabaixista Guilian Siqueira, conhecido simplesmente por Siqueira. Também houve o ingresso do vocalista Jeferson Pereira Gamin, o Bacudo, um dos grandes nomes da música tradicionalista gaúcha e responsável pela primeira gravação de sucessos consagrados, como De Chão Batido, Iguaria Campeira, Gritos de Liberdade e a Nossa Vaneira.
Em 2016 grandes novidades ocorrem no conjunto, gravam o terceiro DVD em Nova Bassano, com os melhores sucessos e também músicas inéditas. Há também a participação de Thomas Machado, que participou do The Voice Kids. Em 2019 retornou ao grupo o antigo vocalista e percussionista Nelson Falkembach, saindo no ano seguinte. Já em 2021, foi a vez de Ivan Vargas se aposentar dos palcos, revelado no seu episódio na websérie "Minha História nos Monarcas".

Em 11 de janeiro de 2025, Gildinho, fundador do conjunto, veio a falecer, depois de lutar mais de 10 anos contra um câncer, sem deixar de estar nos palcos, mesmo com o tratamento. Gildinho nos deixa um Legado e uma história no meio musical, que talvez levaremos anos, décadas para conta-la porque deixou milhares de amigos e com eles uma passagem. 

Discografia
1969: Os Trovadores do Sul
1974: Gaúcho Divertido
1976: Galpão em Festa
1980: Isto é Rio Grande
1982: Grito de Bravos
1985: Rancho Sem Tramela
1986: Chamamento
1988: Fandangueando
1989: Do Sul Para o Brasil
1992: Os Monarcas
1997: Do Rio Grande Antigo
1999: Locomotiva Campeira
2000: No Tranco dos Monarcas
2001: 30 Anos de Estrada
2002: A Gaita Gaúcha dos Monarcas
2003: Alma de Pampa
2004: Só Sucessos
2006: Recordando o Tempo Antigo
2007: DVD e CD 35 Anos - História, Música e Tradição - Ao Vivo
2008: A Marca do Rio Grande
2009: Os Monarcas Interpretam João Alberto Pretto
2011: Cantar é Coisa de Deus
2012: DVD e CD 40 Anos - Ao Vivo
2013: Alma de Gaita
2015: Perfil Gaúcho
2017: DVD 45 Anos - Ao Vivo
2017: Tô Pegando a Estrada
2018: Identidade Monarca
2021: Marca Monarca
2023: 50 Anos

Coletâneas1990: O Melhor de Os Monarcas
1996: Dose Dupla - Vol. I
1996: Dose Dupla - Vol. II
1996: Os Sucessos do Grupo Os Monarcas
2003: Os 16 Grandes Sucessos de Os Monarcas
2005: Série Duplo Pra Você
2005: Os Sucessos do Grupo Os Monarcas

Prêmios e indicações
AnoCategoriaIndicaçãoResultado
2001 Grupo de Música Regional Os Monarcas Venceu
Disco de Música Regional[1] A Gaita Gaúcha dos Monarcas Indicado
2007 DVD do Ano Os Monarcas 35 Anos - História, Música e Tradição - Ao Vivo Indicado
2008Disco de Música Regional A Marca do Rio Grande Indicado

Bibliografia 2012: 
Homens de Sucesso - A biografia de Chiquito e Gildinho, de José Otavio Marques da Silva, Editora Maneco

sexta-feira, 10 de janeiro de 2025

A MELHOR MÚSICA DE FESTIVAL DE 2024 -

A Música A LUZ DA CASA foi escolhida como A MELHOR MÚSICA DE FESTIVAL DE 2024 - Pelo Chasque Gaúcho e Loucos por Festivias, que transmitiram 29 dos 52 Festivais existentes no Rio Grande do Sul e Santa Catarina, escolha feita com votação pela Internet nas páginas dos apresentadores: Luís Guilherme Grigol, Ilton Piram e Ângelo Comasseto, profissionais da comunicação que navegam há décadas no meio da comunicação e do nativismo, em especial os festivais e centralizam seus trabalhos na bela Lajes, Santa Catarina.

A LUZ DA CASA tem uma letra nossa com melodia de Taine Shcettert e foi a música vencedora do 13⁰ Canto De Luz de Ijuí com a belíssima interpretação da Taine Schettert além dos músicos: João Paulo Deckert, Fernando Rossato, Gustavo Dill e Márcio Costa e traz um tema que orgulha muito em ter escrito, conforme explico no vídeo, porque foi feito para a minha Mãe, e sempre falar de Mãe é algo bem difícil, porque tudo o que se escreve ainda é pouco, diante do que elas merecem, mas esse tema, não só fala dela, mas como dessa doença que está nos tirando ela, aos poucos, o Alzheimer. 
Que possa tocar os corações das pessoas que passam por problemas semelhantes e possam há cada dia cuidar mais e mais de seus Pais. 

A LUZ DA CASA!
Letra - Paulo Ricardo Costa
Música - Taine Schettert
Bandonion - João Paulo Deckert
Piano - Fernando Rossato
Contrabaixo - Gustavo Dill
Violão - Márcio Costa
Interprete - Taine Schettert
Seu amor de moça, na pele de louça, sonho e ternura...
Envelheceu ao tempo, com seus lamentos, luz e candura,
As mãos de giz, que num tempo gris, ensinou-me a vida...
E pelos cadernos, acolheu invernos, de alma sentida!
O tempo afano, lhe roubou os anos, belos momentos...
Há cada imagem, ofuscou paisagens, pelo esquecimento,
Lhe fizeram pouco, os fantasmas loucos, pela longa idade,
Nos olhos cansados, ficou um passado, feito de saudade!
Num olhar de luz, carregou a cruz, de todos os filhos...
A dor da ausência, fez a existência, sem perder o brilho,
Um céu estrelado, pousa ao seu lado, anjo sem asas...
Mesmo sabendo, qu’estamos perdendo, a luz da casa!
Seu amor materno, aqueceu invernos, se fez primavera,
E veio o outono, a embrulhar-me o sono, nessas esperas,
Talvez seja o verão, plena ilusão de imagens loucas...
Que afoga a alma, escorrendo a calma e salgando a boca.
Nessa escuridão, em que a solidão, machuca o peito...
O seu carinho, é o único caminho, quando me deito,
Em oração, lhe peço perdão, um tempo mais...
E a gente se vê, sem perceber, Pais dos nossos Pais.

Assista o vídeo completo, vale à pena conhecer esse trabalho!