quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Qual a origem da bombacha?

Todo mundo sabe que a bombacha é uma tradição dos povos gaúchos, sejam argentinos, uruguaios ou patrícios. Todo mundo sabe, também, que a expressão “bombacha” é de origem espanhola.
O que, talvez, ninguém saiba é que esse nome vem do nome grego “bombyx”, que, para os helenos, significa inseto. Daí, a palavra derivou para o latim, que, na Idade Média, usava o substantivo “bombax” (bombacis) para designá-lo.
Mas, o que tem a ver a bombacha, calça larga, feito fole, com algum inseto? A conexão é clara com o bicho da seda, cujo cultivo foi disseminado na Europa (principalmente nos países latinos, de clima mais ameno), desde a epopéia chinesa de Marco Polo.
Quem já visitou os países balcânicos, principalmente a Grécia, a Macedônia, a Turquia e a Albânia, vê nas aldeias o uso disseminado dessas calças largas. Pois ela foi introduzida nos Pampas graças a um grande encalhe de mercadoria e à esperteza de comerciantes ingleses.
Eu conto como se deu: as indústrias inglesas tinham confeccionado um grande número dessas calças para os soldados turcos, seus aliados na famosa Guerra da Criméia, que acabou sendo bem mais curta do que calculavam os bretões.
Para liquidar o Paraguai (na época um país poderoso, que teve a ousadia de possuir uma forte indústria metalúrgica e produzia mais e melhor algodão do que os Estados Unidos!) , os ingleses articularam a tríplice aliança. E, além de manter a sua hegemonia comercial sobre nós e sobre as nações do Prata, desovaram as tais bombachas nos exércitos pampeiros.
Ela caiu como uma luva entre a população dos Pampas, por sua adaptação ao clima temperado e pelo conforto que propicia nas cavalgadas. Mas, se a bombacha era o traje comum para tocar o gado e varar as imensidões dos Pampas, ela era inadequada e proibida nos bailes da fronteira. Para os fandangos, o gaúcho usava calça “cola fina”, levada debaixo do pelego, para manter o vinco.

Mesmo com a globalização da informação e a “ipanemização” da cultura brasileira, a bombacha continua firme. Dos Pampas, veio para a Serra Catarinense, trazida pelos peões castelhanos que mercadejavam gado, desde o Uruguai até São Paulo. Mais tarde, seu uso espalhou-se no nosso Oeste, depois que a Ferrovia São Paulo-Rio Grande chamou a atenção dos riograndenses para a riqueza das nossas matas de Araucária e para a fertilidade da nossa terra, que era inóspita, desde as barrancas dos Rios Uruguai e Peperiguaçu até o Vale do Rio do Peixe.
A bombacha veio dos bálcãs para ficar. E para firmar uma forte cultura, nos CTGs e nos Rodeios Crioulos!


Existem várias versões para a origem da bombacha. Uns afirmam que chegou na região do Rio do Prata por volta de 1860, como sobras das guerras coloniais inglesas, que copiavam as vestimentas dos povos conquistados. A bombacha seria, então, de origem turca. 
Outra versão é de que a origem seria árabe. Durante a invasão moura na Península Ibérica, a calça larga teria se incorporado ao vestuário do norte da Espanha – na região chamada La Maragateria – e depois trazida para a América do Sul pelos maragatos durante a colonização. 
Da Espanha também se adotou o nome: Bombacho, que significa calça larga. No Rio Grande do Sul a vestimenta passou a ser utilizada logo após a Guerra do Paraguai pelos mais pobres ou no trabalho nas estâncias. Depois, por todos. 
Guerra do Paraguai 
Há também a versão de que a bombacha teria surgido na Europa no século XIX. Entre 1854 e 1856, Inglaterra, França e Turquia estiveram em guerra contra a Rússia, conflito mais conhecido como a Guerra da Criméia. Para combater os avanços da Rússia, que estava vencendo sucessivas batalhas, os aliados adotaram a tática de infiltrar soldados disfarçados nas linhas inimigas. Usariam as mesmas roupas dos inimigos para tentar confundi-los: calça folgada, amarrada à perna acima do tornozelo, quase sempre com botas de cano. 
Na expectativa de a guerra se prolongar, a indústria têxtil inglesa produziu uma enorme quantidade de bombachas. Mas a tática não deu certo e a Rússia venceu a guerra. As tais bombachas sobraram e ficaram armazenadas em Londres. 
Em 1866 iniciou a Guerra do Paraguai . Para derrotar o exército paraguaio, Uruguai, Argentina e Brasil unem-se formando a tríplice aliança. A Inglaterra tinha interesse na derrota do Paraguai, e por isso forneceu, além das armas, os uniformes para os exércitos aliados – aquela roupa armazenada havia 10 anos em Londres. Apesar de provocar estranheza, os soldados não recusaram a oferta inglesa, já que não tinham o que vestir. Logo após a guerra, a vestimenta teria sido adotada para os trabalhos no campo e a partir daí se tornado um símbolo dos gaúchos. 

Um abraço

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