sábado, 31 de outubro de 2015

Morre Otávio Reis, o último tropeiro do Paraná que percorreu o Caminho das Tropas

Faleceu na madrugada de quarta-feira (28), em Curitiba, o último tropeiro do Paraná, Otávio dos Reis, com 101 anos de idade. Em 2014, ele recebeu o titulo de Cidadão Benemérito de Porto Amazonas, honraria que é entregue à personalidades que merecem gratidão por serviços importantes, procedimentos e ações notáveis perante a sociedade local.

Filho de Olimpio dos Reis e Guilhermina Gonçalves dos Reis, nascido em Porto Amazonas, na localidade hoje conhecida como Cabanha Valente, em 23 de janeiro de 1914. Em Porto Amazonas, também nasceram seus 13 irmãos, pais, avós, bisavós e seus mais remotos parentes, indígenas da etnia Bororó.

Reis passou sua primeira infância no município embalado pelos sons e apitos dos vapores que navegavam pelo rio Iguaçu e dos trens que seguiam a Curitiba ou voltavam para o interior do Paraná. Aos 10 anos, vendia leite, queijo e laranja no cais do porto e na estação de trem.

Considerado o último dos tropeiros do Paraná, Reis demonstrava sempre o relevo de sua atuação e atividade profissional exercida durante grande parte de sua vida, pois aos 14 anos fez sua primeira grande viagem como tropeiro, ajudando a transportar 800 mulas de Viamão (RS) a Sorocaba (SP), viagem que durou três meses pelo histórico Caminhos das tropas, ocupando a posição de madrinheiro da tropa.

Na mesma época, viria a realizar ainda mais quatro viagens do mesmo porte percorrendo o mesmo itinerário. Com a decadência do tropeirismo entre os estados do Rio Grande do Sul, Paraná, São Paulo e Minas Gerais, Reis passou a fazer tropeadas domésticas, entre municípios da região dos Campos Gerais.

Muito embora a atividade do tropeirismo tenha sido praticamente extinta, o registro histórico e cultural da vida de Otávio dos Reis, que durante vários anos, percorreu o Caminho de Viamão, que ligava o Rio Grande do Sul a São Paulo, foi muito importante como referência para o importante período histórico do Paraná e do Brasil.

Fonte: Jornal Gazeta de Palmeira

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