quinta-feira, 19 de abril de 2012

De Ruína em Ruína


O índio vivia livre na Santa paz das Míssões...
Crente numa divindade e suas própria indagações,
Veio o homem branco, famintos olhos de guerra,
E a ganância estrangeira manchou o verde da terra;

Era a força da Espanha e a crueldade de Portugal,
Tirando o ouro da terra numa guerra desigual...
O índio virou escravo na leis de homens sem fé...
E os sete povos tombaram clamando a força de Sepé;

De ruína em ruína massacraram a nossa gente...
O ouro nas Catedrais estampando fios reluzentes,
Enquanto pelas ruas desfila um povo descrente,
Índios pedindo esmolas neste sul do Continente;

Quem era dono de tudo, agora, vive no abandono...
Tiraram a terra do índio e lá ergueram seus tronos,
Hoje vendendo balaios, pelo beiral das estradas...
Saciando a fome dos filhos num banco frio de calçada;

Quantos discursos falsos e suas promessas em vão,
E os donos, longe da aldeia sem um pedaço de chão,
Que a Santa Cruz de Lorena proteja os inocentes,
E os homens aqui do Sul respeite a dor desta gente;

De ruína em ruína, destruíram com a natureza...
O índio perdeu a história vivendo aos pés da pobreza,
Enquanto santos de ouro enfeitam púlpitos de Igreja,
Os ateus fecham os olhos e até Deus virou incerteza!

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