quarta-feira, 2 de maio de 2018

Morre Mário Barbará Dornelles

Morreu hoje, aos 63 anos, no Hospital da Santa Casa de Porto Alegre, em decorrência de um câncer Diagnosticado em fevereiro de 2017. Mário Barbará Dornelles estava internado desde sexta-feira (27) no Hospital São Francisco, da Santa Casa de Porto Alegre, para o tratamento.

O velório acontece a partir das 15h30, no salão nobre do cemitério Jardim da Paz, em Porto Alegre. O enterro ocorre na quinta-feira (3), às 9h30.

Mário Barbará foi um poeta, cantor e compositor gaúcho. Sua música de maior sucesso foi "Desgarrados", escrita junto com Sérgio Napp, vencedora da 11ª Califórnia da Canção Nativa de 1981, em Uruguaiana. Chico Saratti foi um dos seus grandes parceiros musicais e amigos que esteve ao lado do Poeta até os últimos instantes de sua vida. Chico deixou uma mensagem em sua página na web, descrevendo essa amizade e o carinho que tem do Mario Barbará e a dore de sua perda.

Outras canções memoráveis de Barbará são "Roda Canto", "Campesina", "Era Uma Vez", "Colorada", "Querência Maior", "Portas do Sonho", "Mala de Garupa", "Onde o cantor expõe as razões do seu canto", "Retirante", "Laços", "Se eu me chamasse Lourenço", "Velhas brancas", "Xote da Amizade", "Xote da ponte", "Xotes do sul", "Amanhã será setembro", "Canto de clã", "Gaúcho bronze", "Inverno", "Numa estação", "Quando eu fui embora", "Couro cru" e "Na Rodilha do Laço".

Desgarrados
Mário Barbará

Eles se encontram no cais do porto pelas calçadas
Fazem biscates pelos mercados, pelas esquinas,
Carregam lixo, vendem revistas, juntam baganas
E são pingentes das avenidas da capital

Eles se escondem pelos botecos entre cortiços
E pra esquecerem contam bravatas, velhas histórias
E então são tragos, muitos estragos, por toda a noite
Olhos abertos, o longe é perto, o que vale é o sonho

Sopram ventos desgarrados, carregados de saudade
Viram copos viram mundos, mas o que foi nunca mais será

Cevavam mate,sorriso franco, palheiro aceso
Viraram brasas, contavam causos, polindo esporas,
Geada fria, café bem quente, muito alvoroço,
Arreios firmes e nos pescoços lenços vermelhos

Jogo do osso, cana de espera e o pão de forno
O milho assado, a carne gorda, a cancha reta
Faziam planos e nem sabiam que eram felizes
Olhos abertos, o longe é perto, o que vale é o sonho

Sopram ventos desgarrados, carregados de saudade
Viram copos viram mundos, mas o que foi nunca mais será

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