terça-feira, 28 de outubro de 2014

Dois grandes nomes da Poesia serão Homeageados

ANTONIO AUGUSTO FERREIRA 

 Antonio Augusto Brum Ferreira nasceu em São Sepé, em 1935. Mudou-se na infância para a cidade de Passo Fundo, onde viveu até 1953, quando passou a residir em Porto Alegre. Através de concursos públicos, foi escrivão em Sananduva, Pelotas e Passo Fundo, antes de ser transferido, em 1973, para o Oficio do Registro de Imóveis de Santa Maria, onde viveu, por opção, até vir a falecer em 17 de março de 2008.

O gosto inato pela cultura sul-rio-grandense levou-o a participar, aos 16 anos de idade, da fundação do CTG Lalau Miranda, em Passo Fundo, e a freqüentar o 35 CTG, em Porto Alegre, na década de 50, época em que passou a publicar poemas de sua autoria sob o pseudônimo de "Tocaio Ferreira", em jornais como A Hora e Correio do Povo. Assim que chegou a Santa Maria, Antônio Augusto passou a fazer parte da Associação Tradicionalista Estância do Minuano, onde tem muitos amigos. 

Era bacharel em direito e integrante da Academia Rio-Grandense de Letras e da Academia Santa-Mariense de Letras. 

É autor de livros de poesia como “Sol de Maio” e “Alma de Poço”, e do livro em prosa “Tio Bonifa e Seu Cachorro Piraju”, entre outras obras. É conhecido, também, por suas participações, como letrista, em muitos festivais de música nativista do Rio Grande do Sul. Um acervo de composições com letra de sua autoria encontra-se em dois CDs de produção independente, não-comercializável. O CD intitulado "A viagem do balde" traz uma seleção de poemas do autor, interpretados por diversos declamadores convidados, com destaque para a participação de Delcy José de Oliveira. 

Iniciou-se no movimento musical nativista em 1980, quando, em parceria com seu sobrinho, o músico Éwerton Ferreira, conquistou a Calhandra de Ouro na 10ª Califómia da Canção Nativa de Uruguaiana, com a composição "Veterano" e obteve, ainda, a classificação de "Entardecer" e "Pago perdido". A partir daí foram muitas as letras de sua autoria premiadas nos festivais, sempre ao lado de excelentes músicos e intérpretes, podendo-se destacar: 

- "Contrabando", com música e interpretação de Luis Bastos e Mauro Ferreira - venceu a 2º Reculuta da 

Canção Crioula de Guaíba; 

- "Descaminho", parceria com Éwerton Ferreira e apresentação de "Os Posteiros", sagrou-se a campeã das campeãs dos festivais realizados no interior do Estado, no ano de 1982; 

- "Sol de Maio" e "Como uma Taleira", letras musicadas, respectivamente, por Valdir Santana e Algacyr Costa, encontram-se no disco da 4ª Tertúlia Musical Nativista de Santa Maria;- são três as suas participações no disco da 6a Tertúlia: "Negro Bonifácio", com música de Mauro Ferreira e Luiz Bastos; "Visita", em parceria com Luiz Bastos; e "Renascimento", com Éwerton dos Anjos Ferreira; 
- a canção "Alma de poço", da parceria com Vinícius Brum, foi campeã em Restinga Seca e venceu o Eco dos Festivais, em Tramandaí, no ano de 1990; 
- em 1988, compôs em parceria com seu filho, Mauro Ferreira, a letra de "Flor de Campeira", que recebeu o Troféu da Linha Campeira da 18ª Califórnia de Uruguaiana; 
- no 40º Festival da Música Crioula de Santiago, em 1989, a composição "Calor de Brasas" conquistou o Prêmio de Melhor Letra; 
- em 2003, o poema "Campeiro", musicado por Juliano Jawoski, venceu a Escaramuça da Canção Gaudéria, da cidade de Triunfo; 
- novamente em parceria com o filho Mauro, a letra "A estátua do laçador", com melodia de Luiz Carlos Borges, conquistou a Calhandra de Ouro da edição de 2003 da Califórnia da Canção Gaúcha. 

Antônio Augusto é participante assíduo e atuante no Festival da Barranca, congraçamento de artistas e intelectuais promovido anualmente por "Os Angüeras", em São Borja. 

Vários poemas seus, levados por intérpretes exímios a concursos de poesia e declamação, conquistaram premiações. É o caso de "Sonho Criador" e "Retrato", na 3ª Chasqueada da Poesia Crioula, de Santana do Livramento; do poema "Meu Pai e Eu", na 2ª Sesmaria da Poesia Gaúcha, realizada em Osório; e "O combate de Rio Negro", no Festival do Galpão da Poesia Crioula e da Nativa FM, em Santa Maria. O poeta orgulhava-se de ser, há mais de uma década, membro da Associação Santa-Mariense de Letras, transformada em Academia, a mais atuante entidade do gênero, no interior do Estado. 

A sua obra tem sido agraciada com diversas honrarias: 
- Mérito Literário concedido pela 4ª Sesmaria da Poesia Gaúcha de Osório, em 1999. 
- Mérito Literário atribuído pela Associação Santa-Mariense de Letras, em 2001. 
- No ano de 2002, recebeu o Troféu Negrinho do Pastoreio da Poesia Campeira, outorgado pela Associação Gaúcha dos Municípios, em convênio com a Secretaria de Cultura do Estado e com a Prefeitura Municipal de Porto Alegre. 
- Medalha Glaucus Saraiva, concedida pela Casa do Poeta de Porto Alegre, em junho de 2002. 
- Comenda Cultural Prado Veppo, conferida pela Câmara de Vereadores de Santa Maria, em agosto de 2002. 
- Patrono da 30ª Feira do Livro de Santa Maria, em maio de 2003. 

Em 2004, foi eleito para integrar a Academia Rio-Grandense de Letras, ocupando a cadeira 28, que tem como patrono o João Belém e tinha como ocupante anterior o teatrólogo, jornalista e escritor Edmundo Cardoso. Disse: - Eu sou muito novo, não tenho 70 anos ainda. Tenho muito o que aprender. 

Em 2006, na criação da ASL-Academia Santamariense de Letras, tornou-se ocupante da cadeira número 1, tendo Luiz Carlos Barbosa Lessa como patrono. Disse: - Tive de renunciar à poesia como uma alcoólatra renuncia à bebida. Estava viciado em poesia. Parei para me dedicar à vida. Casei, tive quatro filhos e estudei. Depois voltei. 


COLMAR PEREIRA DUARTE

Filho de Luiz Duarte Júnior e de Alice Pereira Duarte, nasceu em 21 de maio de 1932, no interior do município de Uruguaiana, nos arredores do Touro Passo, rio que corre em sua aldeia, fez desse lugar o centro do seu universo, sua querência e razão de ser de seu ofício de versejar. Mais de setenta anos de vivência campeira nesse pedaço de terra, onde criou mais histórias que vacas e ovelhas; onde aprendeu a batalhar pelo reconhecimento e pelo respeito à cultura popular gaúcha.

Por esse motivo, em 1971, quando ser gaúcho não era credencial alguma e o governo federal, em poder dos militares, empenhava-se na implantação de um processo de inovação conservadora e de centralização da política e da economia, na montagem de redes de estradas, de telefonia e de comunicação de massa, no controle das forças militares estaduais pelo exército e na nomeação de interventores para governo dos Estados, idealizou e criou a Califórnia da Canção Nativa do Rio Grande do Sul, abrindo um palco para o nascimento de um movimento cultural independente, hoje reconhecido por lei estadual como Patrimônio Cultural dos Gaúchos.

Poeta, escritor, compositor; tem trabalhos publicados e outros inéditos, na área de pesquisa, ensaio, teatro, romance, conto, poesia, dança, desenho e folclore, com incursões no rádio e no cinema.

Tem doze (12) livros editados: Sesmaria dos Ventos- poesia (1979), Cancha Reta -narrativa em verso (1986), Cardo -poesia (1993), Tempo de Viver-poesia (2000), Califórnia da Canção Nativa - Marco de Mudanças na Cultura Gaúcha -ensaio (2001), este, em co-autoria com José Edil de Lima Alves, Romanceiro da Salamanca -poesia (2002), O Jardineiro Cego & Mamboretá -poesia (2004),O Correntino e Outros Causos-contos (2006), Centauros de taquara-novela (2007), Corações de arameromance(2008),Água de Sanga-poesia(2009) e Frutas Amargas-romance(2012)

Também com o título “Tempo de Viver”, no ano 2000, lançou um CD com 14 poemas de sua autoria declamados por Pedro Júnior da Fontoura.

É autor de obras para balé, criadas especialmente para o Balet Brandsen, de Buenos Aires (Argentina), como Curuzu Gil e Garibaldi e Anita, e de uma transposição para balé da Lenda da Salamanca do Jarau, apresentada em Cosquin - república Argentina - em 1976, como convidada especial da Noite de Integração Americana. Esta obra, em 1974, foi apresentada na Califórnia da Canção Nativa, em Uruguaiana, e em breve temporada em Santa Maria, e no Teatro Leopoldina, em Porto Alegre. O balé da Salamanca do Jarau é considerado a primeira co-produção brasileiro-argentina para teatro.

Também no teatro foi premiado com a peça denominada Fogões do Rio Grande, apresentada na Primeira Festa Nacional de Lã.

É autor de várias letras de canções gravadas e de outras tantas inéditas. É um dos fundadores do Grupo de Arte Nativa “Marupiaras”, que obteve vários prêmios na Primeira CALIFÓRNIA DA CANÇÃO NATIVA, inclusive a Calhandra de Ouro, como vencedor do festival.

Foi Patrão (presidente) do Centro de Tradições Gaúchas Sinuelo do Pago, do qual é Sócio Benemérito.
Presidiu o Conselho de Cultura, foi Coordenador de Cultura e Diretor do Centro Cultural de Uruguaiana.
É membro do Instituto Histórico e Geográfico desse município.
É membro do Conselho da Califórnia da Canção Nativa do Rio Grande do Sul.
Possui diversos trabalhos de pesquisa sobre temas gaúchos, muitos já publicados em jornais e revistas, outros ainda inéditos.
Organizou o Museu Crioulo do Centro Cultural de Uruguaiana.
Acrescentou ao patrimônio do CTG Sinuelo do Pago, o acervo do “Museu do Piá” - único em seu gênero - que recebera de Glaucus Saraiva.
Na década de 80, foi um dos dez autores gaúchos, escolhidos pela Fundação Padre Landel de Moura (Feplam) para participar do projeto denominado “Os Imortais do Rio Grande”.
É o idealizador e um dos criadores da Califórnia da Canção Nativa do Rio Grande do Sul. São de sua autoria o projeto, o primeiro regulamento, a criação das Linhas, o nome e o troféu-símbolo - A Calhandra de Ouro.
É membro da Comissão Bi-nacional pelo Meio Ambiente - Uruguaiana/Paso de los Libres.
É um dos fundadores da Associação de Escritores Sem Fronteiras, que reúne literatos da Argentina, do Uruguai e do Brasil, no interesse de uma efetiva integração cultural.
É ttular da cadeira nº 40 da Academia Rio-Grandense de Letras.
Pertence à Academia Uruguaianense de Letras.
Entre os Prêmios recebidos encontram-se: 

1970 - Primeiro Prêmio de Folclore - Associação Literária - Uruguaiana
1970 - Primeiro Prêmio em Música - Concurso Estadual - Santa Maria
1970 - Primeiro Prêmio de Fotografia - Concurso Estadual - Santa Maria
1971 - Calhandra de Ouro - Primeira Califórnia - Uruguaiana
1980 - Primeiro Prêmio de Poesia - Academia de Letras - Uruguaiana
1983 -Trofeu Chasque de Ouro da Poesia - Livramento
1991 - Clave de Ouro - Personalidade do Nativismo da Década de 80 - Porto Alegre
1992 - Primeiro Prêmio - Troféu Bento Gonçalves - Triunfo
1995 - Medalha de Ouro do Município - Uruguaiana
1999 - Primeiro Prêmio da “Sesmaria da Poesia Gaúcha“ - Osório
2000 - Troféu “Líderes e Vencedores - Expressão Cultural” - Federasul e Assembléia Legislativa- Porto Alegre.
2002 - Primeiro Prêmio da “Carreteada da Poesia” de São Valentim - Santa Maria
2003 - Primeiro prêmio do “Seival da Poesia Gaúcha” - São Lourenço do Sul
2003 - Medalha de Mérito Literário - “Aureliano de Figueiredo Pinto” - oferecida pela Ass. dos Pajadores e Declamadores Gaúchos - Porto Alegre
2003 - Poeta Homenageado, na “Sesmaria da Poesia Gaúcha” - Osório.
2004 -Troféu Cultura Gaúcha - 50 anos - instituído pelo Governo do Estado - Porto Alegre
2005 - Título de “Conselheiro Honorário” do Movimento Tradicionalista Gaúcho - Porto Alegre
2005 - Troféu Guri - Instituído pela Rádio Gaúcha RBS - Porto Alegre
2005 - Troféu Negrinho do Pastoreio - Associação Gaúcha Municipalista e Assembléia Legislativa - Porto 
Alegre 

2006 - Presidente de Honra do II Encontro Literário Internacional do MERCOSUL Realizado pelo Instituto Literário e Cultural Hispânico - Uruguaiana - Paso de los Libres 

2006 - Poeta homenageado do Corredor de Canto e Poesia - Associação Cultural Nativista - Lages - Santa Catarina
2008 - Escritor homenageado pela XVIII Feira do Livro Caçapava do Sul
2008 - Poeta Homenageado no Pealo da Poesia Gaúcha - Alegrete
2008 - Homenageado pela RBS com o Troféu “Um Homem à Frente de Seu Tempo”
2009 - Medalha do Mérito Cultural Oscar Bertholdo - Bento Gonçalves 2011 - Patrono da Feira do Livro - Bento Gonçalves

1 comentário:

Unknown disse...

E viva São Sepé e Uruguaiana!

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