quarta-feira, 11 de março de 2015

13 anos sem Barbosa Lessa

Hoje, registramos os 13 anos sem o grande pensador, folclorista, publicitário, jornalista, teatrólogo, historiador, Luiz Carlos Barbosa Lessa. 
Foi na madrugada de 11 de março de 2002, que, aos 72 anos, no Hospital nossa Senhora Aparecida, em Camaquã, ele nos deixava.
Na infância Barbosa Lessa queria ser peão de estancia, mas o pai lhe exigiu um diploma. Foi alfabetizado pela mãe, que também lhe ensinou a teoria musical e, uma novidade na época, a datilografia.
Aos 12 anos fundou na escola o jornal "O Gonzagueano" em que publicou seus primeiros contos regionais. Fundou um grupo musical chamado "Os minuanos" que queria dedicar-se a musica regional, mas era inexistente na época, então passou a cantar sertanejo de raiz e musica urbana brasileira. Veio para a capital estudar e, no colegio Julio de castilhos, a história do Rio Grande do Sul começava a ser mudada. Em 1954 formou-se em direito pela UFRGS, depois de, com seus colegas, fundar o 35 CTG em 1948 e dedicar-se ao regionalismo. De 1950 a 1952 juntamente com o Paixao Cortes, sairam pelo Rio Grande pesquisando nossas danças, usos e costumes, resultando no "Manual de Danças Gaúchas" e o disco long-play (LP), o terceiro produzido no Brasil, Danças Gaúchas, na voz de Inezita Barroso.

Incentivou o primeiro Congresso de CTGs em 1954, onde apresentou a tese "O sentido e o valor do tradicionalismo". Também em 54 foi morar em São Paulo e trabalhar em rádio, televisão, cinema e teatro.
Em 1956 montou um grupo teatral para apresentação de sua comédia musical "Não te assusta, Zacaria!", e saiu divulgando as danças e os costumes gauchescos por todas as regiões do Rio Grande do Sul, colhendo aplausos também nas cidades de Curitiba e São Paulo. 

 
 Barbosa Lessa retornou ao Rio Grande do Sul em 1974 e logo em seguida, 1983, foi convidado à ser Secretário de Cultura do governo Amaral de Souza, e uma de suas maiores realizações foi a criação da casa de Cultura Mário Quintana. Um infinito legado nos deixou. Foi um dos 20 gaúchos que marcaram o seculo XX, promoção da RBS, escolhido pelo voto popular.
Centenas de obras ficaram no acervo da historia. Escreveu cerca de 61 obras, entre contos, músicas e romances. Participou intensivamente do processo de construção do Movimento que registrou e difundiu a cultura gaúcha do homem do campo.
Destacamos "Negrinho do Pastoreio", "Quero-Quero", "Balseiros do Rio Uruguai", "Quando sopra o minuano", "Despedida". Em sua obra literária destacam-se: "República das Carretas", "Os Guaxos", "Rodeio dos Ventos", "Era de Aré", "O sentido e o Valor do Tradicionalismo", "Nativismo - um fenômeno social gaúcho", "Mão Gaúcha - introdução ao artesanato sul-rio-grandense", "O Continente do Rio Grande", "Problemas brasileiros: uma perspectiva histórica", "Rio Grande do Sul, prazer em conhecê-lo" e "Primeiras Noções de Teatro". Também os três volumes do "Almanaque do Gaúcho", pela Martins Livreiro.

Fonte: Blog do MTG

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